SETEMBRO AMARELO: Por que é tão relevante falar sobre a prevenção do suicídio?

Data: 09/09/2022
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setembro amarelo capa

O setembro amarelo é uma campanha criada com o intuito de informar as pessoas sobre o suicídio, normalmente motivado pela depressão. Mesmo com tantos casos notórios, crescentes a cada ano, ainda existe uma expressiva barreira para falar sobre o problema.

Mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos, sendo 75% destes indivíduos moradores de países de baixa e média renda. Estima-se que no mundo acontece um suicídio a cada 40 segundos, segundo a OMS (organização Mundial de Saúde), só no Brasil, a taxa de suicídios na população de 15 a 29 anos chegou a 5,6 por 100 mil habitantes em 2014. A organização ainda afirma que muitas pessoas ainda consideram essa hipótese e outras ainda podem ter obtido tentativas frustradas que não constam nas estatísticas. Por isso, contribuir com ações para auxiliar a prevenção do suicídio é muito importante.

Atualmente, a conscientização sobre a prevenção do suicídio é muito forte no chamado Setembro Amarelo, mês em que o assunto é tratado com mais ênfase.

Como o Setembro Amarelo começou?

A campanha teve início no Brasil, em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). As primeiras atividades realizadas pelo Setembro Amarelo aconteceram na capital do país, Brasília. Entretanto, já no ano seguinte várias regiões de todo o país aderiram ao movimento e também participaram.

A Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) estimula a divulgação da causa em todo o mundo, no dia 10 de setembro, data na qual é comemorado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Esta data foi criada em 2003 pela Associação Internacional para Prevenção do suicídio e pela Organização Mundial de Saúde, com o objetivo de prevenir o suicídio, por meio da adoção de estratégias pelos governos dos países. Neste dia, realizam-se cerca de 600 atividades em 70 países do mundo para salvar vidas.

Objetivo do setembro Amarelo

O principal objetivo da campanha Setembro Amarelo é a conscientização sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade no Brasil e no mundo. Para o Setembro Amarelo, a melhor forma de se evitar um suicídio é através de diálogos e discussões que abordem o problema.

Normalmente, o suicídio não é uma decisão repentina e o indivíduo manifesta sinais que podem ser interpretados a tempo pelos familiares ou amigos. Alguns desses sinais, são:

  • Variações no humor;
  • Tristeza persistente;
  • Postagem relacionadas a suicídio ou depressão profunda nas redes sociais;
  • Fadiga;
  • Alteração no sono;
  • Irritabilidade;
  • Queda brusca no rendimento;
  • Isolamento;
  • Histórico de depressão ou ansiedade;
  • Sinais de adeus constante.

É importante destacar que o suicídio não é a vontade de terminar com a vida, e sim a vontade de terminar com o sofrimento. Se a pessoa recebe ajuda e consegue perceber outra saída para sua dor, a tragédia pode ser evitada.

Portanto, é uma campanha que ao preparar o público para perceber estes sinais, pode salvar muitas vidas.

Como identificar alguém que precisa de ajuda e corre risco de suicídio?

  • Apresenta comportamento retraído, dificuldade para se relacionar com família e amigos;
  • Apresenta irritabilidade, pessimismo ou empatia;
  • Apresenta personalidade impulsiva, agressiva ou humor instável;
  • Sofre mudanças nos hábitos alimentares ou de sono.
  • Odiar-se, apresentar sentimento de culpa, sentir-se sem valor ou com vergonha de algo;
  • Apresentar sentimento de solidão, impotência e desesperança;
  • Ter um desejo súbito de concluir afazeres pessoais, organizar documentos, escrever um testamento;
  • Ter casos de doenças psiquiátricas como: transtorno mentais, transtornos de humor (depressão, bipolaridade), transtornos de comportamento pelo uso de substâncias psicoativas (álcool e drogas), transtornos de personalidade, esquizofrenia e ansiedade generalizada;
  • Escrever cartas de despedida;
  • Falar repetidamente sobre morte ou suicídio;
  • Apresentar convívio social conturbado.

Quais os sintomas de depressão que levam ao suicídio?

Se você está deprimido ou angustiado, sem vontade de viver, é fundamental buscar ajuda o mais rápido possível. Existem alternativas ao suicídio e buscar auxílio adequado é o primeiro passo. Os acompanhamentos médicos e psicológicos são as maneiras mais eficazes de tratamento.

As pessoas que pensam em suicídio normalmente estão tentando fugir de uma situação da que vida que lhes parece insuportável, buscando o alívio por:

  • Sentir-se envergonhadas, culpadas ou por se acharem um peso para os demais;
  • Sentirem-se vítimas;
  • Sentimentos de rejeição, perda ou solidão.

O que leva a comportamentos suicidas?

  • Desemprego ou problemas financeiros;
  • Morte de uma pessoa querida;
  • Depressão ou transtorno bipolar;
  • Trauma emocional;
  • Algum membro da família que cometeu suicídio;
  • Não aceitação do envelhecimento;
  • Término de relacionamento;
  • Histórico de negligência ou abuso na infância;
  • Não aceitação da orientação sexual ou identidade de gênero;
  • Dependência de drogas ou álcool.

Desconfia que alguém está com depressão? Saiba como ajudar.

Se existe qualquer tipo de desconfiança de que alguém irá atentar contra sua própria vida, converse diretamente com ela. Desta forma, você praticará a empatia e compreensão, além de ouvi-la com total atenção, você acolherá todo e qualquer tipo de sentimento que ela venha a expressar.

Abaixo, listamos algumas dicas para que você proporcione uma escuta ativa e dê o suporte necessário para a pessoa com pensamentos suicidas:

  • Escolha um local tranquilo e livre-se de qualquer pressa ou compromisso com o relógio;
  • Não rechace seus sentimentos e evite frases que possam trava-la e impedir o desabafo como: “isso não pode”, “não chore”, “fique bem”, “você não precisa disso”, “não acredito que você pensou nisso”;
  • Dê atenção total a pessoa; evite o celular, e esteja ali de corpo e ouvidos presentes;
  • Ofereça amparo emocional se coloque à disposição para que essa pessoa não se sinta sozinha;
  • Informe sobre a importância de poder contar com um profissional para ajudá-la também;
  • Ouvir, demonstrar empatia e ficar calmo;
  • Ser afetuoso e dar apoio necessário;
  • Levar a situação a sério e verificar o grau de risco;
  • Perguntar sobre tentativas de suicídio ou pensamentos anteriores;
  • Explorar outras saídas para além do suicídio, identificando outras formas de apoio emocional;
  • Conversar com a família e amigos imediatamente;
  • Remover os meios para o suicídio em casos de grande risco;
  • Contar com outras pessoas, conseguir ajuda;
  • Permanecer ao lado da pessoa com o transtorno;
  • Procurar entender os sentimentos da pessoa sem diminuir a importância deles;
  • Aceitar a queixa da pessoa e ter respeito por seu sofrimento;
  • Demonstrar preocupação e cuidado constante.

O que não fazer

Jamais ignore a situação de uma pessoa com comportamentos e pensamentos suicidas. Não entre em choque, fique envergonhado ou demonstre pânico. Não tente dizer que tudo vai ficar bem, diminuindo a dor da pessoa, sem agir para que isso aconteça.

A principal medida é não fazer com que o problema pareça uma bobagem ou algo trivial. Não dê falsas garantias nem jure segredo, procure ajuda imediatamente. Principalmente, não deixe a pessoa sozinha em momentos de crise nem a julgue por seus atos.

Recursos e fonte de apoio

Para pessoas com pensamentos suicidas, os primeiros recursos ou fontes de apoio são:

  • Família;
  • Amigos e colegas;
  • Unidade de saúde: CAPS (centro de Atenção Psicossocial), Unidade de saúde da família, clinicas, consultórios, psicólogos, urgências psiquiátricas;
  • Profissionais de saúde: médicos. Psicólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem, agentes de saúde;
  • Centros de apoio emocional: CVV (centro de Valorização da Vida), ligue para o 188.

Como anda sua saúde mental?

Aproveitando o gancho: como anda sua saúde mental? A saúde mental está muito ligada às emoções e como lidamos com elas. Nos últimos dois anos vivemos em meio a uma pandemia que nos trouxe incertezas, perdas, isolamento e contribuiu para que o desgaste da saúde mental se tornasse ainda maior. Abaixo listamos algumas dicas para que você aumente os cuidados com sua mente.

  1. Foque em você: A rotina, o trabalho, estudos, família, enfim, podem consumir todas as horas do seu dia e, nesse tempo, você cuida do mais importante: você mesmo. É extremamente importante separar momentos do seu dia para fazer alguma atividade que seja do seu agrado: ler um livro, assistir uma série ou filme, ouvir música, meditar.
  2. Exercite-se:  Movimentar o corpo traz uma série de benefícios para sua saúde, inclusive a mental. Ao praticar atividades físicas, seu organismo libera substâncias que geram bem-estar, alegria e conforto.
  3. Durma bem: Uma boa noite de sono é fundamental para a redução do estresse. Sendo assim, tenha alguns cuidados antes de dormir: um chá antes de ir para a cama, por exemplo, pode auxiliá-lo no relaxamento. Evite, também, utilizar telas antes de dormir, pois elas agitam a mente e espantam o sono.
  4. Alimentação saudável: uma dieta balanceada, rica em nutrientes, é uma grande aliada da saúde mental. Aposte nas variedades e insira em seu plano alimentar legumes, verduras, frutas, leguminosas, proteínas e beba água.
  5. Você não está só: procure ajuda! Quando sentir que os problemas estão consumindo seus pensamentos e que não há mais solução para eles, procure ajuda. Pode ser alguém de sua confiança, ou melhor ainda: ajuda profissional. Psicólogos e terapeutas vão escutar atentamente suas questões e dar a você todo o suporte necessário para torna-los mais leves.

Mesmo com hábitos que ajudem na saúde mental, a vida pode nos tirar do eixo, e começarmos a sentir os primeiros sinais de sofrimento mental: ansiedade, tristeza e insônia.

Por isso, é essencial desmistificar o momento de buscar apoio especializado para mudar de hábitos gradativamente e, assim, melhorar a qualidade de vida.

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