Ansiedade: o que é, como lidar e quando buscar ajuda

Data: 17/05/2023
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Ansiedade o que é, como lidar e quando buscar ajuda

Há algum tempo, o mundo enfrenta, uma onda crescente de adoecimento mental por conta dos transtornos ansiosos e nunca foi tão necessário saber como lidar com a ansiedade. Esse tipo de desordem psicológica afeta milhões de pessoas no mundo inteiro, desde crianças até idosos, e tornou-se algoz de muita gente que não sabe como gerenciar suas crises.

A ansiedade excessiva também contribui para o surgimento de outras comorbidades psíquicas que se associam ao quadro ansioso e transformam o cotidiano as pessoas em verdadeiras lutas para buscar equilíbrio e estabilidade emocional. Para mostrar que o controle da ansiedade é possível, preparamos este artigo com várias dicas de como lidar com essa condição.

Mas, afinal, o que é ansiedade?

A ansiedade é um sentimento natural e está relacionada, por exemplo, com um prazo apertado ou uma tarefa urgente no trabalho, já os transtornos de ansiedade acometem pessoas que geralmente, se preocupam intensamente e não conseguem lidar com essa autocobrança, a ponto de comprometer sua qualidade de vida e seu bem-estar.

Os transtornos ansiosos são uma reação emocional de uma ameaça do futuro. Incerteza e imprevisibilidade são seus principais gatilhos. O primeiro sinal é o sentimento de ansiedade em relação ao que irá ou poderá acontecer, acompanhado de pessimismo. Isso provoca no corpo e no cérebro humano uma sensação de perigo, urgência, medo e insegurança. Consequentemente, o organismo reage com uma “luta” ou “fuga”.

Por exemplo, uma pessoa que está sofrendo com cobranças intensas em seu ambiente de trabalho pode inicialmente apresentar irritabilidade, raiva e tensão muscular. Posteriormente, ela pode desenvolver insegurança, labilidade emocional (mudanças exageradas no humor, sentimento e /ou emoções), tremores e transpiração excessiva.

Porém, para algumas pessoas, a ansiedade pode aparecer em excesso e fora de contexto e começar a influenciar negativamente na vida do indivíduo e gerar prejuízos e sofrimentos, que pode favorecer o surgimento de transtornos ansiosos. Portanto, é essencial que se faça essa distinção entre ansiedade saudável e patológica para determinar se é necessário ou não buscar ajuda para lidar com ela.

Quais são os tipos de transtornos de ansiedade?

Os tipos mais comuns e suas características são:

  • Transtorno de ansiedade generalizada: preocupação excessiva e análise minuciosa de cada ponto ou situação;
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): pensamentos obsessivos e medos irracionais que levam a atitudes compulsivas;
  • Fobia social (ou transtorno de ansiedade social): preocupação e medo com situações sociais comuns;
  • Síndrome do pânico: crises intensas de medo e mal-estar generalizado;
  • Agorafobia: medo de situações e lugares que possam causar impotência, constrangimento ou aprisionamento.

Quais as principais causas?

Como vimos acima, existem diversos tipos de ansiedade e, por conta disso, as origens de cada transtorno podem ser diferentes. No entanto, alguns aspectos que são identificados com frequência na maioria dos casos permitem estabelecer algumas possíveis causas comuns nos diversos quadros clínicos, e isso facilita a prevenção de eventos e atitudes que podem desencadear esse tipo de adoecimento mental. Vamos ver abaixo um pouco sobre esses fatores:

  • Fatores genéticos: existem pessoas que são predispostas a desenvolver transtornos psicológicos, como a ansiedade. É possível, inclusive, que essa predisposição seja hereditária, ou seja, quando é observada a predominância da desordem em muitas pessoas da família e entre gerações diferentes;
  • Fatores químicos: podem ocorrer algumas alterações e desajustes químicos no corpo humano, como o aumento ou diminuição da produção de determinadas substancias que são responsáveis por parte de nossos comportamentos e sensações;
  • Fatores ambientais traumáticos: a maior parte dos indivíduos ansiosos enfrentou alguma situação que foi traumática em sua vida e que causou sérios danos psíquicos, como ter presenciado uma situação de morte trágica de algum ente querido, ter sido picado por certo tipo de inseto e adoecido por conta disso, ter convivido por muito tempo com algum familiar doente e presenciado situações de sofrimento, ter sido humilhado em algum momento de exposição;
  • Fatores estressores: a ocorrência de algum evento estressor pode estar relacionada ao desenvolvimento da ansiedade, como a morte de um familiar, estresse contínuo laboral, término de um relacionamento, uso de drogas e substâncias químicas;
  • Fatores psicológicos: em alguns casos, a existência de outras condições mentais favorecem o surgimento da ansiedade, como é o caso da depressão, da dependência química ou até mesmo do luto patológico;
  • Fatores tecnológicos: o uso excessivo de aparelhos celulares, computadores e outras tecnologias e a necessidade de se manter conectado a tudo o tempo todo se tornou motivo habitual do desenvolvimento do transtorno ansioso;
  • Fatores ligados à cultura familiar e cuidado parental: algumas condutas negativas praticadas por figuras de cuidado podem ter influência na maneira como a pessoa ansiosa enxerga a vida. O hábito de desestimular a autoconfiança, resiliência e autoestima da criança reverbera em atitudes pessimistas, de pouco ânimo e desmotivadas, tanto ainda na infância quanto em outras fases da vida.

Como identificar crises de ansiedade?

As crises de ansiedade, ou crises de pânico como são chamadas, costumam surgir na existência de algo ou alguma situação que seja entendida como risco à pessoa ansiosa, algo que é relacionado aos seus medos e preocupações. Também é usual que apareça quando o indivíduo já passou por episódios como esse e que foram traumáticos.

Nesse momento crítico, ocorre um pico de ansiedade muito grande e que pode demorar algum tempo até passar, o que, para o ansioso, parece ser uma eternidade ou até mesmo que nunca mais vá voltar ao normal. Viver com essa sensação, de que quando menos se espera pode vir uma crise de pânico, costuma agravar os sintomas da ansiedade e prejudicar, em grande parte, da vida da pessoa, que começa a não querer mais sair, deixa de trabalhar ou ir na escola e começa a evitar inclusive a convivência familiar.

Essa condição é bastante grave, já que pode levar o ansioso a tomar atitudes drásticas ou impulsivas, no intuito de eliminar essa angustia que limita, em grande escala, sua própria vida. Não são raros os casos de pessoas que começam a abusar de substâncias químicas, como álcool, ou começam a ter pensamentos suicidas por conta do intenso sofrimento que enfrentam e que parece não ter fim.

Porém é totalmente possível controlar a incidência dessas crises e, por que não, até extingui-las. Para isso, é preciso começar a entender a partir de que ponto elas surgem para encontrar maneiras de driblá-las da melhor forma possível. É importante reconhecer também quando é que a crise está começando, a fim de se preparar e utilizar estratégias que bloqueiem a continuação das sensações ruins. Além do mais conhecer os sintomas é crucial e pode fazer toda a diferença.

Veja alguns deles abaixo:

  • Sensação de asfixia;
  • Sensação de morte iminente;
  • Confusão mental, inclusive com déficit de memória;
  • Hiperventilação- que é quando ocorre o desequilíbrio da respiração;
  • Sudorese desproporcional e desvinculada de condição climática;
  • Formigamento de partes do corpo;
  • Tremores e calafrios por todo o corpo;
  • Dificuldade de controlar sentimentos;
  • Desarranjo gastrointestinal;
  • Rigidez dos músculos;
  • Taquicardia, ou seja, aceleração dos batimentos cardíacos;
  • Desordem sensoriais, como náusea, visão turva e tontura;
  • Medo de não se recuperar da crise.

No momento de crise, algumas atitudes podem tirar a pessoa ansiosa do estado crítico em que está, como por exemplo, focar na respiração, contar com uma pessoa próxima de confiança para estar presente neste momento, até mesmo por ligação, buscar visualizar um cenário que seja agradável e imaginar-se nele, cantar uma música ou recitar algo.

O pânico sempre passa depois de algum tempo, mas não é por isso que frases como: “não é nada”, “você já passou por isso”, logo logo passa”, devem ser utilizadas. A pessoa que está sendo afetada pela crise sente realmente que não será capaz de lidar com tudo o que está acontecendo.

Quais as consequências dos transtornos de ansiedade?

A preocupação excessiva, os pensamentos acelerados e repetitivos, o medo desmedido, as atitudes compulsivas e demais características dos transtornos de ansiedade podem trazer consequências a curto, médio e longo prazo para uma pessoa. Os impactos negativos comprometem a qualidade de vida. E, também, os relacionamentos pessoais e profissionais, a capacidade produtiva e a relação da pessoa consigo e com o mundo.

À medida que o quadro se agrava (principalmente sem tratamento), piora a maneira como a pessoa encara o ambiente, o outro e a si mesma. Isso resulta em:

  • Isolamento e solidão;
  • Baixa autoestima;
  • Dificuldade de cuidar de si mesma;
  • Sedentarismo;
  • Emagrecimento ou obesidade;
  • Compulsões;
  • Vícios;
  • Entre outros maus hábitos e consequências.

Os transtornos ansiosos ainda podem acarretar outras doenças mais graves e incapacitantes, como depressão, diabetes, hipertensão e problemas cardíacos.

Em geral, a psiquiatria trabalha mais com o conceito de controle do que de cura. A ansiedade se apresenta de forma crônica na grande maioria das pessoas. Uma vez diagnosticada com algum transtorno de ansiedade, a pessoa sempre poderá voltar a apresentar seus sintomas, mesmo que tenham sido controlados.

Por isso, o tratamento não deve envolver apenas medicamentos. É necessária uma mudança de qualidade de vida que deve ser mantida de forma continua. Geralmente, os sintomas de ansiedade costumam piorar nos momentos em que a pessoa se encontra sob grande estresse. É importante levar em conta diferentes fatores que podem influenciar esse estresse, como familiares, laborais, sociais etc.

Como tratar a ansiedade?

Antes de tudo, é preciso dar atenção à saúde geral: como boa alimentação, exercícios físicos, hábitos de higiene, consultas e exames regulares, boas noites de sono, vida social ativa e práticas de autocuidado e bem-estar. Esses são hábitos para cuidado com o corpo e a mente, e colaboram para prevenir ou amenizar os transtornos de ansiedade.

De maneira geral, o tratamento dos transtornos ansiosos leves (baixo impacto na vida da pessoa) engloba:

  • Terapias cognitivo-comportamentais, como técnicas de resolução de conflitos, meditação, psicologias positivas e terapia psicodinâmicas;
  • Prática de atividades físicas, pois liberam substancias positivas;
  • Psicoterapia e psicanálise;
  • Alimentação balanceada, pois ajuda a suportar o estresse e a se recuperar mais facilmente de algumas doenças.

Quando a situação é um pouco mais grave e a pessoa já desenvolveu pânico, por exemplo, utilizam-se medicamentos antidepressivos. Geralmente, eles têm impacto positivo no tratamento da ansiedade. Ainda, são mantidos os atendimentos com psicoterapia e psicanálise.

Independentemente de possuir ou não ansiedade, ou do nível da doença, a psicoterapia é indicada, pois serve para as pessoas se conhecerem mais e aprenderem a lidar melhor com suas emoções.

Quando é necessário buscar ajuda?

É necessário buscar ajuda ao perceber que os sintomas ansiosos estão afetando diretamente as atividades do dia a dia, ou seja, quando tarefas que eram corriqueiras tornam-se difíceis e causam sofrimento. Ao notar que os níveis saudáveis de ansiedade foram ultrapassados e que a prevalência deles tornou-se constante no cotidiano, alterando a rotina alimentar, o sono, o convívio social e familiar, o humor, é essencial procurar pelo auxílio de profissionais habilitados a lidar com esse tipo de desordem psicológica.

Ao buscar por dicas de como lidar com a ansiedade, é imprescindível ter em mente duas coisas principais, sendo a primeira delas o fato de que a ansiedade nem sempre é patológica e, ao começar a desconfiar que possa ser, devemos considerar todos, ou pelo menos a grande incidência, dos sintomas citados anteriormente. A segunda consideração deve ser que não existe uma regra única no tratamento dos transtornos de ansiedade, sendo necessário estabelecer um cuidado personalizado para cada pessoa a fim de que seja possível, então aproveitar ao máximo sua vida.

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