Só quem passa pela dor de uma perda sabe dimensioná-la. Imagine, então, o quão devastador é o luto materno. Independente da fase da vida, a morte de um filho já nascido ou ainda na barriga da mãe, na primeira infância, adolescência ou vida adulta provoca uma tristeza profunda.
O luto materno é um momento tão doloroso e complicado que muitas mães pensam que jamais conseguirão superar. A tristeza é múltipla e se espalha pelo entorno de quem perdeu um filho ou uma filha. Por isso, é muito importante que os amigos e familiares contribuam para que o luto materno possa ser superado. Nesse sentido, o acolhimento é a única maneira de expressar afeto e apoio às mães.
Especialistas afirmam que o luto materno carrega um peso adicional: a culpa. As mães se sentem culpadas pela morte do filho ou filha. Encaram a perda como se fosse uma falha ou fracasso no seu papel de responsável.
Por isso, estatisticamente, as mulheres estão mais propensas a um processo de luto mais complexo e demorado na comparação com os homens. É comum que o luto materno leve as mulheres a uma solidão extrema.
A tristeza é um sentimento muito presente no cotidiano de quem perdeu um filho, por causa das emoções associadas à dor da perda, é comum que as mulheres em luto sofram com a sensação de solidão e pensem que jamais serão capazes de superar esses sentimentos.
Essas mulheres, muitas vezes se deixam de lado, e acabam ficando doentes. É como se o autocuidado fosse sinal de egoísmo diante de uma perda, por isso, ter alguém por perto que possa praticar o acolhimento é de suma importância.
É preciso demonstrar à mãe que cuidar de si não é negar a memória do filho ou negar o luto materno. Ao contrário. É necessário que a mãe, na medida do possível, esteja bem para cultivar com carinho a lembrança do filho ausente.
Outro ponto importante do acolhimento para quem passa pelo luto materno é entender que se trata de um processo coletivo, enfrentado por milhões de pessoas, todos os dias. Porém, é claro que a dor sentida por cada pessoa é única e individual.
Nesse caso, não faz sentido comparar os diferentes processos de luto, pois são diferentes na forma e na intensidade. Insistir nas comparações só torna o luto materno ainda mais difícil para quem está atravessando este período.
No artigo de hoje iremos abordar algumas dicas para auxiliar em situações como esta.
O amparo é fundamental.
Como amigo da família ou até mesmo colega de trabalho, é importante amparar a mãe que passou pela perda de um filho. No entanto, é natural ter dificuldade de se aproximar e saber como ajudar. Ser rede de apoio também é difícil devido à fragilidade do momento.
Família, amigos e colegas devem procurar, com toda delicadeza, dar suporte e auxiliar a mãe a perceber que, mesmo diante da perda de seu filho, a vida segue, tentando dar ferramentas para que ela consiga ressignificar dentro de si o que ocorreu.
O acolhimento é fundamental nesta etapa para que a mãe não adoeça. Outro aspecto crucial é que não há uma formula mágica que garanta o acolhimento ideal. É algo individual que demanda empatia e ações sensíveis e solidárias. Trata-se do bom, velho e necessário ombro amigo. Ser um bom ouvinte para escutar com atenção os desabafos desta mãe já ajuda bastante. Mesmo que haja repetição nas histórias contadas, ou nas lamentações, aqui o silêncio é melhor que palavras vazias ou comentários que gerem ainda mais sofrimento.
Mencionar outros filhos, por exemplo, não é recomendado. Porque cada filho é único e insubstituível. Quem acolhe precisa estar presente, de corpo e alma. Faz parte do processo demonstrar à mãe que ela não está sozinha, e que está cercada de pessoas queridas e especiais.
Superação da perda de um filho
Mesmo quando se tem consciência sobre o destino final da humanidade, a perda de um filho sempre gera uma explosão de sentimentos. Tristeza, raiva, culpa e inconformismo, além de muitas dúvidas. É realmente um momento delicado, mas que precisa ser vivenciado sob pena de não ser atenuado com o passar do tempo. Obviamente, o tempo é capaz de amenizar tais sensações, mas de imediato, o mais indicado é dar suporte para que essa mãe faça atividades que proporcionem prazer, ocupem a mente e ajudem a lidar com a necessidade de se passar por este momento doloroso.
O processo de luto pela perda de um filho varia de pessoa para pessoa, entretanto, para todas as mães é importante passar pelos seguintes passos:
É normal que ninguém queira passar pelo sofrimento, mas ele é necessário. O ideal é externalizar a dor para conseguir superá-la. É preciso ter paciência e entender que a realidade é conviver com a perda até conseguir se recuperar.
Estar próximo de familiares e pessoas que se preocupam verdadeiramente, é um bálsamo na trajetória do acolhimento. Muitas mães acabam se isolando diante do luto materno, o que dificulta ainda mais o processo de superação. É necessário para a pessoa compreender que ela não está só, que a família e amigos estão prontos para dar todo auxilio necessário e essencial para superar etapa por etapa.
É fundamental, à medida do possível, descansar, tanto o corpo quanto a mente. Mesmo que seja muito delicado e totalmente individual, o luto materno é profundo e atinge todos os sentidos do corpo. O repouso é importante para que haja o aprendizado sobre como viver sem a presença física do ente querido no dia a dia.
Aceitar a morte de um filho é difícil, mas não é impossível. A compreensão do sentido da vida e da morte acaba se estabelecendo, e tornando viável seguir em frente, com as boas lembranças da pessoa que partiu na memória e no coração.
Quando procurar ajuda profissional.
Mesmo com o acolhimento da família e de amigos, algumas vezes, a ajuda de um profissional é imprescindível para auxiliar a mãe no enfretamento do luto materno. É preciso frisar que cada pessoa lida de uma forma diferente com seus próprios sentimentos. E que cada uma tem seu jeito de reagir ao luto.
O melhor caminho quando não há avanços no processo de luto materno é contar com o apoio de um especialista. Isso ajuda a aprender a lidar com a dor da perda, buscando estratégias de superação. Se isso não for feito, corre-se o risco de a mãe apresentar sintomas emocionais e físicos que podem evoluir para uma depressão. Além da depressão, o luto materno pode evoluir para outros tipos de transtornos mentais como a Síndrome do Pânico, por exemplo. Essas doenças precisam de tratamentos especializados.
Um psicólogo pode mostrar o caminho que deve ser percorrido pela mãe, buscando enxergar como a perda de um filho pode servir como experiência e aprendizado. Outra dica é procurar grupos de conversa, que unem diferentes mulheres em luto materno, pois juntas, conseguem se visualizar na outra, ouvir, dividir sentimentos, como a própria dor, e assim, entender que a preciosidade daquele ser que partiu estava justamente na fragilidade da vida e na grandiosidade do amor sentido.
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