Tire suas dúvidas sobre a doação de órgãos.

Data: 24/03/2023
Categoria:
Doação de Orgãos! Tire suas dúvidas.

A doação de órgãos é um ato de consciência e amor ao próximo. Todos os anos, milhares de vidas são salvas por meio desse gesto.

O transplante é um procedimento cirúrgico em que um órgão ou tecido doente é substituído por um saudável.

De acordo com a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE), mais de 30% das pessoas que esperam por um transplante de coração, por exemplo, morrem na lista de espera. O transplante de órgãos pode ser feito por doadores vivos ou mortos e, atualmente, mais de 80% dos transplantes são realizados com sucesso.

Existem vários órgãos e tecidos que podem ser doados, porém cada um tem os seus critérios. Veja:

Quais órgãos que podem ser doados?

  • Coração: o transplante só pode ser realizado por meio de um doador, falecido, com morte encefálica constatada. O transplante de coração é recomendado a pessoas com insuficiência cardíaca e que não respondem a nenhum tratamento ou cirurgia.
  • Válvula cardíacas: esse tipo de transplante é indicado para pessoas com doença da válvula do coração. Em alguns casos, não é possível usar para transplante o coração de um indivíduo que teve morte encefálica, porém, as válvulas podem ser doadas e mantidas em um banco de válvulas, onde são mantidas durante anos.
  • Fígado: é um órgão que tem a capacidade de regenerar-se, por isso, o doador pode doar parte de seu fígado, em vida. Esse tipo de transplante é realizado principalmente em casos de cirrose hepática.
  • Pulmão: esse tipo de transplante é indicado para pessoas com doença pulmonar grave, tais como fibrose cística, pulmonar e enfisema. Em situações especiais, uma parte do pulmão pode vir de um doador vivo e são necessários dois doadores para um receptor.
  • Ossos: implantes dentários, transplante para lesões da coluna e próteses são alguns tipos de transplantes para ossos, que podem ser realizados por meio de cirurgias simples. Os ossos doados podem ser mantidos em um banco por um longo período.
  • Medula óssea: é responsável por produzir componentes do sangue para a cura de doenças que afetam as células do sangue, como a leucemia. A doença da medula óssea é a única forma de doação que mantém um banco de doadores e que também é permitida a crianças e gestantes.
  • Rim: os rins, por serem dois, podem ser doados tanto em vida quanto após o falecimento. A doação do rim geralmente é feita para pessoas com hipertensão, diabetes, insuficiência renal crônica, entre outras doenças renais.
  • Pâncreas: esse tipo de transplante é feito a partir de doadores falecidos e geralmente é realizado junto com o transplante de rim, pois o pâncreas é um órgão que atua na digestão dos alimentos e também na produção de insulina, elemento responsável pelo equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue. O transplante é feito em pessoas com diabetes e sérios problemas renais.
  • Córneas: o transplante só pode ser feito a partir de doadores falecidos, com idade entre 2 a 80 anos. Ceratocone e distrofia do endotélio são algumas das doenças graves que podem afetar a córnea, parte do olho que controla a passagem de luz para a retina.
  • Pele: a doação pode ser feita por pessoas falecidas ou aquelas que remoeram partes da pele em cirurgias estéticas. O transplante de pele é recomendado em caso de pessoas que sofrem extensas queimaduras ou doenças dermatológicas graves.

Como posso me tornar um doador de órgãos?

O principal passo para você se tornar um doador é conversar com sua família e deixar claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, seus familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após sua morte. A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos, em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.

O que é morte encefálica?

É a morte do cérebro, incluindo o tronco cerebral que desempenha funções vitais como o controle da respiração. Quando isso ocorre, a parada cardíaca é inevitável. Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral não pode respirar sem os aparelhos e o coração não baterá por mais que algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo. Todo o processo pode ser acompanhado por um médico de confiança da família do doador. É fundamental que os órgãos sejam aproveitados para a doação enquanto ainda há circulação sanguínea irrigando-os, ou seja, antes que o coração deixe de bater e os aparelhos não possam mais manter a respiração do paciente. Mas se o coração parar, só pode ser doadas as córneas.

Quais requisitos para um falecido ser considerado doador?

  • Ter identificação e registro hospitalar;
  • Ter a causa do coma estabelecida e conhecida;
  • Não apresentar hiportemia, hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do sistema nervoso central;
  • Passar por dois exames clínicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Os exames devem ser realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e de transplante;
  • Ser submetido a exame complementar que demonstre morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sanguíneo em quantidade necessária no cérebro, além de inatividade e elétrica e metabólica cerebral;
  • Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas;
  • Após diagnosticada a morte encefálica, o médico do paciente, da unidade de terapia intensiva ou da equipe de captação de órgãos, deve ser informado, de forma clara e objetiva, que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante.

Quem recebe os órgãos e/ou tecidos doados?

Quando o potencial doador efetivo é reconhecido, a Central Estadual de transplantes é comunicada, pois apenas ela tem acesso aos cadastros técnicos com informações de quem está esperando um órgão. A escolha do receptor será definida de acordo com a ordem da lista de espera que leva em considerações a compatibilidade entro o doador e o receptor, o tempo de espera e urgência.

É verdade que o corpo do doador, depois da retirada dos órgãos, fica deformado?

É mentira. Não dá para perceber a diferença. Aparentemente, o corpo fica igualzinho. Aliás, a lei é clara quanto a isso. Os hospitais autorizados a retirar os órgãos têm que recuperar a mesma aparência que o doador tinha antes da retirada. Para quem doa não faz diferença, mas para quem recebe, sim!

Posso doar meus órgãos em vida?

Sim. Também existe a doação de órgãos ainda vivo. O médico poderá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças anteriores. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos. Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso. Os doadores vivos são aqueles que doam um órgão duplo como o rim, uma parte do fígado, pâncreas ou pulmão, ou um tecido como a medula óssea, para que se possa ser transplantado em alguém de sua família ou amigo. Este tipo de doação só acontece se não representar nenhum problema de saúde para a pessoa que doa.

Para doar órgãos em vida é necessário

  • Ser um cidadão juridicamente capaz;
  • Estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
  • Apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que afaste a possibilidade de existir doença que comprometam a saúde durante e após a doação;
  • Querer doar um órgão ou tecido que seja duplo, como o rim, e não impeça o organismo do doador de continuar funcionando;
  • Ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante;
  • Ser parente de até quarto grau ou cônjuge. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.

Órgãos e tecidos que podem ser doados em vida

  • Rim;
  • Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
  • Fígado (apenas parte dele, em torno de 70%);
  • Pulmão (apenas parte dele, em situação excepcionais).

O que diz a lei brasileira de transplante atualmente?

A lei que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante é a Lei n° 9.434, de 04 de fevereiro de 1997. Posteriormente alterada pela Lei n° 10.211, de 23 de março de 2001, que substitui a doação presumida pelo consentimento informado do desejo de doar. Segundo a lei, as manifestações de vontade à doação de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, após a morte, que constavam na carteira de identidade civil e na carteira nacional de habilitação, perderam sua vaidade a partir do dia 22 de dezembro de 2000. Isto significa que, hoje, a retirada de órgãos e tecidos de pessoas falecidas para realização de transplante depende da autorização da família. Assim, é muito importante que uma pessoa que deseja, após a sua morte, ser doadora de órgãos e tecidos, comunique o seu desejo à sua família para que ela autorize a doação no momento oportuno.

Como pode ser identificado um doador de órgãos?

As centrais estaduais também têm um papel importante no processo de identificação e doação de órgãos. As atribuições da Central Estadual de Transplantes (CET) são, em linhas gerais, a inscrição e classificação de potenciais receptores; o recebimento de notificações de morte encefálica, o encaminhamento e providências quanto ao transporte dos órgãos e tecidos; notificação à central Nacional de Transplantes (CNT) dos órgãos não aproveitados no estado para redirecionamento para outros estados, dentre outras. Cabe ao coordenador estadual determinar, o encaminhamento e providenciar o transporte do receptor ideal, respeitando os critérios de classificação, exclusão e urgência de cada tipo de órgão que determinam a posição na lista de espera. O que é realizado com o auxílio de um sistema informatizado para ranking dos receptores mais compatíveis.

A identificação de potenciais doadores é feita, principalmente, nos bons hospitais em que estão internados, por meio das comissões intra-hospitalares de transplante, nas unidades de tratamento intensivo (UTI’S) e emergências em pacientes com o diagnóstico de morte encefálica. As funções da coordenação intra-hospitalar baseiam-se em organizar, no âmbito do hospital, o processo de captação de órgãos, articular-se com as equipes médicas do hospital, especialmente as das unidades de tratamento intensivo e dos serviços de urgência e emergência, no sentido de identificar os potenciais doadores e estimular seu adequado suporte para fins de doação, e articular-se com a respectiva Central Estadual de Transplantes (CET), cuja coordenação possibilite o adequado fluxo de informações.

A doação de órgãos é um ato de amor ao próximo e pode ser decisiva para determinar a sobrevivência de uma pessoa!

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