O destino após a morte é um tema que é abordado de maneiras diferentes em várias religiões.
Cada fé tem sua própria versão sobre essa passagem. Entender as diferentes perspectivas de cada cultura pode ajudar a lidar com esse momento. Se você tem fé ou não, certamente tem suas tem suas opiniões e expectativas sobre o que acontece no fim da vida. Abaixo, estão algumas crenças comuns sobre o que acontece após a morte em algumas religiões populares.
Catolicismo
Na doutrina católica, a morte é considerada parte do ciclo natural da vida e a passagem para a vida eterna com Deus. A Igreja Católica acredita na ressurreição dos mortos e na vida após a morte. Os católicos acreditam que, após a morte, a alma passa por um período de purificação chamado de purgatório, onde aqueles que ainda têm pecados não perdoados são purificados antes de entrar no céu. Acredita-se também que aqueles que morreram em estado de graça e sem mancha de pecado vão diretamente para o céu e desfrutam da comunhão plena com Deus.
No catolicismo, a morte é vista como uma ocasião para que a comunidade de fé se reúna em oração pelos falecidos, através da celebração de missas pelos fiéis defuntos. Além disso, os católicos são incentivados a rezar pelas almas dos falecidos, a fim de auxiliá-las em sua passagem para a vida eterna. A morte no catolicismo também envolve rituais e sacramentos específicos, como o sacramento da Unção dos Enfermos, que é ministrado aos fiéis gravemente doentes, para conceder-lhes a graça de Deus e fortalecê-los em seu sofrimento. O último sacramento dado a um católico em seu leito de morte é a comunhão, conhecida como a “viático”, que simboliza o sustento espiritual para a passagem para a vida eterna.
Espiritismo
No espiritismo todas as almas vieram de um plano espiritual e retornam a ele quando a vida acaba. A morte não existe de verdade, sendo apenas uma transição. Assim como o budismo, a alma reencarna em um novo corpo e uma nova história. Nesse caso, não como consequência das ações, mas com o intuito de adquirir novas experiências e evoluir.
Mas isso não significa que as ações de uma vida sejam consequentes no espiritismo. Pelo contrário, acredita-se que as almas que praticam o bem, a empatia e o amor em vida evoluem mais rápido, se aproximando do criador. Já aqueles que praticam o mal reencarnam mais vezes para ter oportunidades de aprender.
Budismo
No budismo, a morte é vista como um aspecto natural e inevitável da vida. Acredita-se que toda forma de vida é impermanente e que a morte faz parte do ciclo de renascimento e reencarnação. De acordo com o budismo, a morte não é o fim absoluto, mas sim uma transição para a próxima existência. É considerado importante que as pessoas estejam preparadas para a morte, pois se acredita que as ações e atitudes realizadas durante a vida influenciarão a próxima existência.
A tradição budista ensina que a morte é uma oportunidade para a prática espiritual e a busca da iluminação. Os praticantes são encorajados a cultivar a compaixão, o desapego e a sabedoria para se prepararem para a morte e para ajudar os outros a lidarem com o processo de morrer. Além disso, o budismo enfatiza a impermanência de todas as coisas, inclusive da vida. A compreensão da impermanência pode ajudar as pessoas a se libertarem do medo e da aversão em relação à morte, reconhecendo que todas as coisas mudam e acabam eventualmente.
No entanto, as diferentes tradições budistas podem ter interpretações e práticas ligeiramente diferentes em relação à morte. É importante consultar fontes budistas específicas para compreender as crenças e práticas de uma determinada tradição.
Candomblé
A morte no candomblé é vista como uma passagem para uma nova vida espiritual, e não apenas o fim da existência. No candomblé, acredita-se na existência de um mundo espiritual, chamado Orun, onde os espíritos dos ancestrais e dos seres queridos falecidos vivem. Quando uma pessoa falece, realiza-se um ritual chamado “Axexê” ou “Lavagem de Corpo”, onde o corpo é lavado e purificado, e as músicas e danças são realizadas em homenagem ao falecido. Após o Axexê, o corpo é velado e enterrado ou cremado de acordo com as tradições culturais e religiosas da família.
Após o enterro, é comum que sejam realizadas cerimônias em homenagem ao falecido regularmente, como missas, rezas ou rituais no candomblé. Isso é feito para oferecer alimento espiritual ao espírito do falecido e manter o vínculo entre os vivos e os ancestrais. A morte no candomblé também é vista como uma oportunidade para o falecido assumir um novo papel espiritual. Dependendo de suas realizações e conduta em vida, um falecido pode se tornar um ancestral venerado, um Egun, e continuar a influenciar a vida de seus descendentes e de outros seguidores do candomblé.
Dessa forma, a morte é considerada um momento de transição no candomblé, onde a pessoa deixa o plano terreno e passa a habitar o mundo espiritual, onde continua a ser lembrado e honrado pelos vivos.
Judaísmo
A morte no judaísmo é vista como parte do ciclo natural da vida. Os judeus acreditam que a morte é um momento de transição para a alma, que continua a existir após a morte do corpo.
No judaísmo, o corpo do falecido é tratado com respeito e reverência. De acordo com a tradição judaica, o corpo deve ser enterrado o mais rápido possível após a morte, de preferência dentro de 24 horas. O enterro é considerado um ato sagrado, onde é prestada homenagem ao falecido.
O luto é uma parte importante do processo de enfrentar a morte no judaísmo. Os familiares enlutados observam um período de luto, conhecido como “shivá”, durante o qual se abstêm de certas atividades e costumes normais. Durante o shivá, amigos e membros da comunidade judaica oferecem apoio emocional e o costume é trazer comida para a família enlutada. Na tradição judaica, a morte é vista como um momento em que a alma retorna ao Criador. Embora a compreensão do que acontece após a morte varie entre as diferentes correntes do judaísmo, muitos acreditam na existência de um mundo espiritual onde a alma continua sua jornada espiritual.
Em resumo, no judaísmo, a morte é vista como parte do ciclo natural da vida e é tratada com respeito e reverência. A tradição judaica enfatiza a importância de prestar homenagem aos falecidos e oferecer apoio aos enlutados durante o processo.
Umbanda
A morte na umbanda é vista como uma passagem para um novo estágio espiritual, onde o espírito desencarna do corpo físico e segue em direção à evolução espiritual. Na umbanda, a morte não é encarada como um fim absoluto, mas sim como um processo natural e necessário para o desenvolvimento espiritual.
Os praticantes da umbanda acreditam na existência de um plano espiritual onde os espíritos continuam a sua jornada evolutiva após a morte. Esses espíritos podem continuar se comunicando com os vivos através de médiuns ou outros meios espirituais.
Durante os rituais e cerimônias da umbanda, é comum que os espíritos dos ancestrais e entidades espirituais sejam evocados e reverenciados. Os médiuns atuam como intermediários entre o plano material e o plano espiritual, transmitindo mensagens e orientações dos espíritos desencarnados para aqueles que buscam auxílio espiritual.
Além disso, a umbanda valoriza a prática da caridade e do auxílio aos necessitados, tanto no plano físico quanto no espiritual. Os terreiros de umbanda frequentemente oferecem assistência espiritual e material para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Em resumo, na umbanda, a morte é vista como uma transição para um novo estágio espiritual, onde os espíritos continuam sua jornada evolutiva. A comunicação com os espíritos dos mortos é praticada através dos médiuns, e os valores de caridade e auxílio são fundamentais no contexto religioso.
Protestantismo
No protestantismo, a morte é considerada um evento inevitável e natural. Os protestantes acreditam que a morte é uma consequência do pecado original e, portanto, todos os seres humanos estão sujeitos a ela. No entanto, os protestantes também acreditam na vida após a morte. Eles creem que, após a morte, as almas dos crentes são levadas para o céu, onde desfrutam da presença de Deus por toda a eternidade. Os protestantes veem a morte como uma passagem para a vida eterna com Deus.
Os protestantes também valorizam a ressurreição dos mortos. Eles acreditam que, no final dos tempos, haverá uma ressurreição geral de todos os mortos, onde os crentes receberão corpos glorificados e viverão com Deus em um novo céu e uma nova terra. No protestantismo, os funerais são vistos como uma ocasião para celebrar a vida da pessoa falecida e para confortar os enlutados. Os protestantes geralmente enfatizam a esperança e a promessa da vida eterna durante essas cerimônias.
Islamismo
No islamismo, acredita-se que após a morte, a pessoa aguarda o Dia do Juízo Final, quando Alá ressuscitará todas as almas para serem julgadas. Aqueles que fizeram boas ações irão para o paraíso, enquanto aqueles que tiveram más ações irão para o inferno. Não existe a separação entre corpo e alma. Por isso, a cremação não é permitida nessa religião.
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